Elas vêm todas da palavra Inglesa application, que é pronunciada "á-pli-quei-shon." Essa palavra, application, possui o mesmo significado em Inglês que a palavra "aplicação" possui em Português: é um substantivo vindo de "aplicar," em Inglês: to apply, que seria aplicar um método ou ferramenta da realização de uma tarefa ou objetivo.
A palavra aplicativo apenas compartilha a mesma raiz gramatical que aplicação. Da mesma forma que dizemos "laço decorativo" e não "laço decoração" dizemos "software aplicativo" e não "software aplicação." No Inglês, embora temos o sufixo -ive (e.g. decoration, decorative), e exista uma palavra applicative, essa palavra não é usada no sentido de software aplicativo, mas sim no sentido de algo aplicado. Com isso, ambas palavras "aplicação" e "aplicativo" são traduzidas para application em Inglês.
A palavra app (pronunciada "á-pi" em Inglês) é simplesmente uma abreviação de application. Em Português há casos que pronunciamos ela "a-pê-pê" como se fosse um acrônimo, mas não é, é só a abreviação do Inglês mesmo. Também certamente não é uma abreviação de Apple, empresa que fabrica o iPhone, um smartphone onde apps podem ser instalados. O fato de Apple começar com "app" é uma mera coincidência; apple significa "maçã" em Inglês. Entretanto, há sim uma tendencia de usar a abreviação "app" para se referir a aplicativos de dispositivos móveis, enquanto aplicativo refer programas para desktop.
Etimologicamente, de acordo com OED1, o uso mais antigo da palavra application é de 1959:
This approach to a file maintenance application implies that a number, or ‘batch’ of transactions is collected and sorted into the order of the master file.
J. Jeenel, Programming for Digital Computers
Tradução: esse método para uma aplicação de manutenção de arquivos implica que um número, ou 'lote' de transações é coletada e ordenada em uma ordem no arquivo mestre.
Em 1959 não existiam interfaces gráficas (janelas, botões, caixas de texto, etc.) como existem hoje. Nessa época também não existiam computadores pessoais (PCs)—os computadores seriam todos propriedades de universidades e outras organizações. Com isso, é difícil imaginar o que seria exatamente essa "aplicação" senão um programa extremamente simples (comparado com os de hoje em dia) capaz de realizar uma simples tarefa.
Isso é estranho quando comparamos o termo com seu uso moderno. Por exemplo, no Windows temos um programa chamado copy, e no Linux cp, cuja única função é copiar um arquivo. É só isso que ele faz. Geralmente nem chamamos esses programas de "programas" mas sim de "comandos de terminal." Com isso, também não chamaríamos eles de "aplicações," pelo menos não no mundo moderno, embora que esses programas satisfação a definição de um programa que é "aplicado" para realizar um objetivo do usuário, no caso de copiar um arquivo.
Isso talvez por que copiar um arquivo se tornou uma tarefa tão trivial no mundo dos computadores que só chamamos de aplicações softwares mais complexos capazes de realizar tarefas mais complexas, ou, talvez, por que o "usuário" de um computador não é mais uma pessoa técnica que usa o teclado para digitar comandos em uma tela preta, mas sim uma pessoa que usa o mouse para clicar em elementos de interface gráfica, e essa mudança de tipo de usuário influenciou indiretamente o que é considerado uma "aplicação" e do que é considerado um simples "programa."
Enfim, como podemos ver não é fácil definir exatamente o que um programa precisa para ser considerado uma aplicação. A única coisa que podemos dizer é que uma aplicação é software feito para ser usado diretamente pelo usuário do computador, e não por outros programas do sistema, mas é difícil dizer quais desses softwares são aplicações e quais não são, já que o uso original da palavra realmente referia as programas de computador extremamente básicos, já que eram os únicos que existiam na época.
Referências
- Como citado em https://english.stackexchange.com/a/251700, acessado em 2024-02-13. OED potencialmente refere a Oxford English Dictionary. ↩︎
Deixe um comentário